sexta-feira, julho 11, 2008

Acelerar e voar!


Tem dias que você acorda, e quer que passa o dia lentamente...
então, quando você vê que o dia realmente passou lentamente, você quer acelerar...
mas ele não acelera, não chega... nem o outro... e nem o outro...

Quando se acostuma mal, é isso que acontece...
Eu acostumei mal... os últimos três ou quatro meses, tiveram tanta cor, que agora parece que ta faltando algo...
é engraçado, como o mesmo filme, visto várias vezes, pode ser engraçado, perder a graça, e voltar a ser legal...
E mesmo aquele filme que você sabe que é legal, pode de repente, perder a graça...

Tem pessoas que tornam a vida mais leve, mais colorida...

Medo? Eu tenho vários... mas eu já passei da época deles me impedirem de algo...
Talvez eu só precise disso, e nada além...
Mais ainda dá aquele friozinho, aquele por do sol triste, esperando algo que nunca irá acontecer...
É hora de pensar, como eu tive evitando de pensar a semana toda...
"Quem foge do seu destino, acaba encarando-o de frente"...
e
"Só quem é livre, é quem não tem nada a perder..."
E qual é a graça de não ter nada a perder?
Um dia, vamos todos perder...
Mas até lá, vou juntar minha aquarela, e dar cor ao máximo que eu posso...
e acelerar, para meus medos não me impedirem...

Tanta coisa mudou, e tanta coisa vai mudar...
Perdar, ganhos, matizes...
E aquela muralha que eu construi, ganhou portas, janelas...
Eu quero ter algo a perder...
eu gosto de ter algo a perder...
pois assim eu tenho certeza de que vivi tudo o que eu podia...

Talvez ainda exista fantasia
talvez ainda exista música
talvez ainda exista o medo

Mas a graça é justamente essa...
Eu sou livre e tenho muito o que perder...
E eu não mudaria nada disso...

E por coincidencia, ou destino, ou seja o nome que quiserem dar, acabei de achar esse texto da Clarice, e é com ele, que eu encerro o post de hoje.



Bjus

"Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava, de minha vida e já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!"

Clarice Lispector

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